No dia 17 de novembro, realizou-se a iniciativa Primeiras Conversas sobre Patrimónios (Des)confortáveis, integrada na programação da Direção Regional de Cultura do Algarve. A iniciativa decorreu das 15h00 às 17h30, na Fortaleza de Sagres num formato de conferência seguida de debate com o público.
As primeiras intervenções estiveram a cargo de Luciano Rafael, diretor da Fortaleza de Sagres e Aura Fraga, membro da direção da Vicentina, que agradeceram a presença do público e contextualizaram o envolvimento da Fortaleza e da Associação Vicentina no evento.
Sónia Felicidade, responsável pela organização do evento, contextualizou o tema e a importância de refletir sobre o mesmo a partir de perspetivas sobre a forma como a sociedade portuguesa tem vindo a olhar para o período da colonização, nomeadamente através da arte pública e do património material e apresentou os oradores convidados para a iniciativa.
Com a memória, desconstrução de narrativas, arte contemporânea e descolonização patrimonial como temáticas, reuniu-se o historiador e museógrafo Gonçalo Amaro, a antropóloga e investigadora Leonor Rosas e o artista visual, performer e curador Márcio Carvalho para abordarem os temas em questão. A conferência contou ainda com Elisabete Rodrigues, jornalista e diretora do jornal Sul Informação, como moderadora.
Ao longo da sua intervenção, Gonçalo Amaro refere que a descolonização dos museus está dependente das narrativas expográficas, da museografia partilhada e da repatriação dos objetos. Estabeleceu ainda uma relação entre a expansão colonial e o que é atualmente exposto nos museus.
Leonor Rosas abordou a descolonização patrimonial do espaço público, destacando os conceitos de memória, espaço e poder. Explicou de que forma os contramemoriais atribuem visibilidade à memória desconfortável e às memórias silenciadas.
Márcio Carvalho apresentou alguns dos trabalhos que desenvolveu ao longo dos últimos anos, referindo que importa olhar para os monumentos e para o que foi sendo acrescentado e não só como parte da topografia de uma cidade ou território. Explicou que se deve contextualizar dos monumentos deve ser feita, de forma a compreender-se as diferentes histórias que estão por detrás dos mesmos.
Houve ainda espaço para um debate com o público que se mostrou interessado em participar na conversa que se ia formando ao longo do evento, que terminou com uma pequena degustação gastronómica.
“Patrimónios (des)confortáveis” foi o tema eleito para a edição deste ano do DiVaM – Dinamização e Valorização dos Monumentos, o programa cultural da DRCAlg, que engloba projetos de cinema, música, performances, arte circense, oficinas e conversas nos monumentos.
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